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Demência do pugilista

PONTO FINAL

publicado em 08/04/2012 às 00h00.
Demência do pugilista

Mal surge por causa das pancadas repetitivas na cabeça, que acontecem no boxe e no MMA



Da redação

redacao@folhauniversal.com.br




Os socos, os golpes violentos, os chutes e os desmaios por nocaute que marcam a carreira dos lutadores no ringue podem provocar lesões muito mais profundas e tardias, que vão bem além dos imediatos olhos roxos e cortes. Recentemente, o canadense Gary Goodridge, de 46 anos, lutador de Mixed Martial Arts (MMA), prática que combina vários tipos de artes marciais, revelou que foi diagnosticado com "demência do pugilista", uma alteração neurológica causada pelo acúmulo de traumas repetitivos que recebeu na cabeça durante sua vida de lutador, resultando na degeneração do tecido cerebral. Aposentado desde dezembro de 2010, ele contabiliza 85 lutas e 24 nocautes sofridos durante a carreira no MMA. Mas atribui a doença ao seu passado no kickboxing, esporte que permite chutes e socos na cabeça. "É um mal com o qual terei que conviver para o resto da minha vida. Terei de aprender a lidar com ele. Não há tratamento, apenas pílulas que retardam o processo, mas é inevitável", disse ele ao site "MMA Weekly".


Também chamada de "encefalopatia traumática crônica do boxeador", a doença é mais frequente em lutadores em geral, jogadores de hóquei no gelo, de futebol americano e atletas que sofrem constantes traumas na cabeça. "Ao longo dos anos, traumas repetidos lesionam as células nervosas do cérebro, provocando reações inflamatórias que, com o tempo, podem resultar em um processo degenerativo", explica o neurologista Charles André, do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.





A demência pugilística se manifesta muito depois de o lutador ter encerrado a carreira. "Quanto maior for a quantidade de lutas e golpes que o lutador tomou ao longo da vida, maior a chance de desenvolver essa demência", completa André.


Alterações motoras, cognitivas ou psíquicas podem ser sintomas da demência do pugilista. Nos estágios iniciais, ocorrem tremores, leve falta de coordenação, déficits de atenção, quadros de euforia ou de depressão. Os sintomas podem evoluir para sinais parkinsonianos e piora dos aspectos psiquiátricos. Não há tratamento para reverter os danos cerebrais. "Existem remédios que podem tratar de sintomas pontuais. O cérebro não foi feito para sofrer impacto. O melhor tratamento é manter o cérebro protegido e bem cuidado", avisa o neurocirurgião Miguel Giudicissi, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Folha Universal
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