Grande Recife // Trânsito
Pedestres da RMR descumprem Código de Trânsito
Pedestres atravessam rua fora da faixa e com o sinal aberto para carros
Foto: Milenna Gomes/NE10
Motoristas de ônibus, caminhões, carros e motos precisam de atenção redobrada na hora de dirigir para não causar acidentes envolvendo pedestres. Isso está previsto no Código de Trânsito Brasileiro e deve ser respeitado. Quem está a pé, no entanto, não pode abusar da preferência e nem da sorte. Atravessar fora da faixa, por exemplo, é a causa de muitos atropelamentos e considerado, por lei, infração.
Assistir a condutas irregulares no trânsito por parte de pedestres é comum. A reportagem no NE10 mal havia saído às ruas quando, na Avenida Cruz Cabugá, no Centro do Recife, o aposentado Livaldo Francisco, 56, atravessou na frente do carro. Questionado, ele se explicou: “o sinal está fechado mais adiante e eu queria ficar nesta altura. Não fui imprudente, observei que vocês estavam longe e não chegariam a me atingir”. No final da entrevista, o senhor, mais uma vez, olhou para os dois lados da avenida, viu que nenhum veículo se aproximava, e seguiu caminho.
O servidor público Roberto Macedo, 61, reclamou do semáforo. “Ele fica muito longe e pouco tempo aberto. Não ia dar tempo de chegar até ele e passar”, justificou o fato de ter atravessado fora da faixa, a poucos metros dela. O sinal de trânsito, realmente, não demora a fechar. São vinte segundo para pedestres contra dois minutos para veículos. Mesmo em uma via de fluxo intenso de carros e ônibus como a Cruz Cabugá, a diferença é grande. Mas, não é motivo para infringir o Código de Trânsito.
Confira flagrante de família atravessando avenida em meio a carros.
Segundo a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran - PE), Simiramis Queiroz, a prática é considerada infração leve, sujeita à multa de R$26,60. “O Código prevê punição, mas aplicá-la é inviável”, informa. Para que o valor pudesse ser pago, o estado teria que usar o CPF do infrator para identificá-lo, mas nem todos que estão a pé pelas ruas o tem. “Crianças e moradores de rua, por exemplo”, explica a presidente. Para ela, o jeito é reforçar ações educativas nas escolas e nas ruas.
Multar pedestres não é uma má idéia para o técnico em enfermagem Nelson Xavier. “Do mesmo jeito que nós, motoristas, somos punidos, eles também deveriam ser”, opina. Ele ainda compara: “Outro dia eu quase atropelei um rapaz que atravessou no sinal aberto para mim. Ele estava com o celular no ouvido e não escutou a buzina. Se o aparelho estivesse comigo a situação teria sido diferente”.
O marceneiro Michel Andrade não teve a mesma sorte. Ao conduzir sua moto por um engarrafamento, bateu em um idoso que passava em meio aos veículos. “Eu estava devagar. Sempre dirijo assim porque sei que as pessoas passam na frente. Ele não se machucou muito, mas o susto foi grande”.
No ano passado, 210 pessoas morreram atropeladas no Estado. Em 2010, esse número foi de 496, de acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco
Pensar no próprio bem estar ajuda a agir corretamente no trânsito. A pensionista Eloína Adelina chegou bem no meio da rua movimentada que queria atravessar, olhou o fluxo, coçou a cabeça e voltou. “Desisti porque fiquei com medo de ser atingida. Não dava para passar”. Neste cruzamento na Avenida Agamenon Magalhães com a Rua Joaquim Nabuco, para alcançar o outro lado via de maneira segura, é necessário pegar três faixas de trânsito e dar uma volta grande. Os pedestres pegam o caminho mais fácil e rápido. “Prefiro o correto. É melhor chegar tarde em casa do que cedo no cemitério”, completou dona Eloína.
Assistir a condutas irregulares no trânsito por parte de pedestres é comum. A reportagem no NE10 mal havia saído às ruas quando, na Avenida Cruz Cabugá, no Centro do Recife, o aposentado Livaldo Francisco, 56, atravessou na frente do carro. Questionado, ele se explicou: “o sinal está fechado mais adiante e eu queria ficar nesta altura. Não fui imprudente, observei que vocês estavam longe e não chegariam a me atingir”. No final da entrevista, o senhor, mais uma vez, olhou para os dois lados da avenida, viu que nenhum veículo se aproximava, e seguiu caminho.
O servidor público Roberto Macedo, 61, reclamou do semáforo. “Ele fica muito longe e pouco tempo aberto. Não ia dar tempo de chegar até ele e passar”, justificou o fato de ter atravessado fora da faixa, a poucos metros dela. O sinal de trânsito, realmente, não demora a fechar. São vinte segundo para pedestres contra dois minutos para veículos. Mesmo em uma via de fluxo intenso de carros e ônibus como a Cruz Cabugá, a diferença é grande. Mas, não é motivo para infringir o Código de Trânsito.
Confira flagrante de família atravessando avenida em meio a carros.
Segundo a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran - PE), Simiramis Queiroz, a prática é considerada infração leve, sujeita à multa de R$26,60. “O Código prevê punição, mas aplicá-la é inviável”, informa. Para que o valor pudesse ser pago, o estado teria que usar o CPF do infrator para identificá-lo, mas nem todos que estão a pé pelas ruas o tem. “Crianças e moradores de rua, por exemplo”, explica a presidente. Para ela, o jeito é reforçar ações educativas nas escolas e nas ruas.
Multar pedestres não é uma má idéia para o técnico em enfermagem Nelson Xavier. “Do mesmo jeito que nós, motoristas, somos punidos, eles também deveriam ser”, opina. Ele ainda compara: “Outro dia eu quase atropelei um rapaz que atravessou no sinal aberto para mim. Ele estava com o celular no ouvido e não escutou a buzina. Se o aparelho estivesse comigo a situação teria sido diferente”.
O marceneiro Michel Andrade não teve a mesma sorte. Ao conduzir sua moto por um engarrafamento, bateu em um idoso que passava em meio aos veículos. “Eu estava devagar. Sempre dirijo assim porque sei que as pessoas passam na frente. Ele não se machucou muito, mas o susto foi grande”.
No ano passado, 210 pessoas morreram atropeladas no Estado. Em 2010, esse número foi de 496, de acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco
Pensar no próprio bem estar ajuda a agir corretamente no trânsito. A pensionista Eloína Adelina chegou bem no meio da rua movimentada que queria atravessar, olhou o fluxo, coçou a cabeça e voltou. “Desisti porque fiquei com medo de ser atingida. Não dava para passar”. Neste cruzamento na Avenida Agamenon Magalhães com a Rua Joaquim Nabuco, para alcançar o outro lado via de maneira segura, é necessário pegar três faixas de trânsito e dar uma volta grande. Os pedestres pegam o caminho mais fácil e rápido. “Prefiro o correto. É melhor chegar tarde em casa do que cedo no cemitério”, completou dona Eloína.
Compartilhe essa notícia
NE10
0 comentários:
Postar um comentário